Restos,
papéis cortados em máquina, 2006 (35 Desenhos, 24x30 cm)
(...)
As diferentes imagens (...) incidem sobre a ideia da acumulação e repetição do gesto e de um elemento que se evade de uma origem para se mover em relação a si próprio, ora recuando a níveis puramente abstractos, ora avançando para a sugestão de paisagens e aglomerados (enxames, populações, cardumes folhas, bactérias). Em cada nova posição ou movimento, o conjunto desses elementos forma novos campos de possibilidades que remetem para uma dupla condição: o movimento que transforma a qualidade das coisas e, simultaneamente, que assegura a permanência de uma ordem original e de uma memória inscrita algures, e que parece na eminência de se revelar. Cada desenho, ou cada "quadro" submete a percepção à visão onde as pequenas figuras se redistribuem sem alterar o território inicial, como a revelação de camadas de um corpo ou instantes de um tempo persistente. Na imagem ameaçadora de milhares ou milhões de elementos em deriva no espaço subsistem algumas ambiguidades inquietantes.
(...)
Relativamente a outros trabalhos anteriores, (...) mantém presente o sentido da repetição ritualizada de gestos e movimentos que evoca a produção de um estado de consciência alternativo, que funciona como um tempo suspenso entre o vazio e a densidade de ideias, formas e palavras.
As diferentes imagens (...) incidem sobre a ideia da acumulação e repetição do gesto e de um elemento que se evade de uma origem para se mover em relação a si próprio, ora recuando a níveis puramente abstractos, ora avançando para a sugestão de paisagens e aglomerados (enxames, populações, cardumes folhas, bactérias). Em cada nova posição ou movimento, o conjunto desses elementos forma novos campos de possibilidades que remetem para uma dupla condição: o movimento que transforma a qualidade das coisas e, simultaneamente, que assegura a permanência de uma ordem original e de uma memória inscrita algures, e que parece na eminência de se revelar. Cada desenho, ou cada "quadro" submete a percepção à visão onde as pequenas figuras se redistribuem sem alterar o território inicial, como a revelação de camadas de um corpo ou instantes de um tempo persistente. Na imagem ameaçadora de milhares ou milhões de elementos em deriva no espaço subsistem algumas ambiguidades inquietantes.
(...)
Relativamente a outros trabalhos anteriores, (...) mantém presente o sentido da repetição ritualizada de gestos e movimentos que evoca a produção de um estado de consciência alternativo, que funciona como um tempo suspenso entre o vazio e a densidade de ideias, formas e palavras.
2006,PFA
In,"Vários milhares de milhões de milhares. Imagens para um corpo adjacente", Paulo Freire de Almeida,texto do catálogo da exposição: apagar, recomeçar, esvaziar, repetir, deslocar, de Cláudia Amandi,Cubic-arte contemporânea, Junho 2006.