fevereiro 29, 2008

Patricia Azevedo Santos_




Sopro
Combustível queimado sobre papel, (5) 100x70cm, 2005/2008




Este é um trabalho sobre o corpo, sobre a falência do corpo, sobre a sua fragilidade e exposição sistemática às agressões, à sujidade; à sua corrosão, à sua corrupção, às patologias respiratórias, à carência e falta de ar.

Procurei encontrar um paralelismo entre corpo e suporte do desenho, o papel, enquanto lugares expostos de contaminação, de encontro, de contacto. Procurei auscultar a respiração e defini o sopro como metáfora do meu corpo. Desenhar tornou-se assim, contaminar.

Desenhei com o meu sopro como resistência, “usei o ar dos meus pulmões para desenhar”; usei a escapagem de automovel como metáfora do meu sopro e o papel em substituição do meu corpo.